quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O perigo nuclear

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Teste realizado com a bomba de hidrogênio
Hoje me causou perplexidade a Coreia do Norte anunciar com orgulho que realizou com sucesso o teste com a bomba de hidrogênio. O que ainda gera um pouco de alívio foi ver as reações de repúdio que alguns países e governos tiveram em relação a esse episódio. Em meio a tantos problemas globais, como a crise dos refugiados, as ações do Estado Islâmico e do Boko Haram e o clima de tensão causado pelas ameaças terroristas, o egocêntrico (para dizer o mínimo) ditador Kim Jong-Un não sem conteve de estar em segundo plano e se utilizou de uma ferramenta sórdida para chamar a atenção.

Para quem não sabe a bomba de hidrogênio ou termonuclear é muito mais potente do que a bomba atômica. A bomba atômica funciona a partir da fissão nuclear de urânio (Hiroshima) ou plutônio (Nagasaki) causando um choque que divide o núcleo desses elementos em partes menores gerando uma reação em cadeia liberando energia e causando a explosão. Já a bomba de hidrogênio funciona a partir da fusão nuclear, ou seja, ao invés dos átomos se quebrarem, eles se juntam antes da explosão, o que dá essa bomba um poder de destruição inimaginável. Em um teste realizado com a bomba de hidrogênio pelos EUA no Sul Oceano Pacífico detonou uma bomba com poder equivalente a 10 megatons ou 10 milhões de toneladas de TNT.

Em Hiroshima a bomba de urânio, com o poder de destruição equivalente a 16 toneladas de TNT, causou a morte de cerca de 140 mil pessoas, dentre as 350 mil que estimou-se estar na cidade que teve mais de 80% de seu território destruído.
A bomba de Nagasaki feita de plutônio era mais potente, equivalente a 22 toneladas de TNT. Mesmo não tendo acertado seu alvo principal e caído em um vale montanhoso ainda matou 80 mil pessoas.
Esses são os exemplos das duas únicas bombas atômicas usadas contra pessoas. E porque eu digo contra pessoas? Porque cada vez que um teste é realizado seja no mar ou no deserto, milhares de vidas são dizimadas e muitas vezes nem tomamos conhecimento. Quem quiser saber mais pode procurar pelos testes realizados no Atol de Bikini e no Atol de Muroroa.

Depois da corrida nuclear em que vários países criaram programas para desenvolver suas próprias armas nucleares, entre eles Rússia (na época URSS), Índia, França, Grã Bretanha, China, Coreia do Norte, Paquistão, além dos EUA, vários tratados foram assinados com o objetivo de proteger o mundo de uma catástrofe.
O tratado de não proliferação de armas nucleares (NTP - Non-Proliferation Treaty) foi assinado por 190 países. Entre os que não são signatários desse acordo estão Paquistão, Índia e Israel (que não admitiu testes nucleares, mas nunca negou o desenvolvimento desse tipo de arma). A Coreia do Norte que havia assinado o acordo, se retirou do tratado em 2003 (provavelmente para poder ter atitudes como essa de hoje e aterrorizar o mundo).

O que aconteceu hoje serve de alerta. Todos que foram vítimas das bombas atômicas e da radiação são defensores do banimento das armas nucleares do mundo. Porque esse é um risco que não precisamos correr. A radiação é perigosa até quando é usada com um bom propósito, basta vermos o que aconteceu em Fukushima. Uma bomba nuclear ou termonuclear certamente causaria a nossa extinção. 

  

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

De volta ao trabalho

Depois de quase 4 anos de ausência vou retomar meu trabalho no blog. Percebi que há muitas coisas para serem observadas e discutidas e aqui é um espaço que quero cultivar para expressar ideias e trocar ideias.
Olhando meu último post (sobre o Barcelona) percebo que apesar do tempo que passou o assunto continua atual. Algumas coisas acontecem de forma cíclica, outras mudam radicalmente e feliz ou infelizmente existem coisas que não mudam nunca.
Vou fazer um breve atualização dos principais fatos que aconteceram e daqui por diante me manterei atualizada.
Nos últimos anos desde a última vez que escrevi vejam só, o Corinthians ganhou tudo e o Tite se tornou "o cara" entre os técnicos do Brasil, mas o Brasil perdeu a Copa em casa de goleada (nem preciso relembrar os detalhes), e quem assumiu a seleção depois do vexame foi o Dunga, que nunca ganhou nada como técnico. O futebol do time canarinho vai mal das pernas e ainda para ajudar a Fifa entrou em colapso e o FBI está fazendo a limpa na cartolagem corrupta ( surpreendentemente tem coisas que mudam), a cúpula da CBF anda em apuros agora, e sobre o futuro do futebol brasileiro nos resta esperar para ver o que vai acontecer.
Na política as coisas vão mal, a Dilma se reelegeu em uma disputa acirrada e suja e agora o Brasil amarga uma recessão econômica que a tempos não se via. Aumento da inflação, queda do PIB, economia e mercado de trbalho instáveis e o governo rebolando para fechar as contas.
Já São Paulo continua caótica e além do normal agora temos racionamento de água, fechamento de escolas, ruas de lazer e muitas faixas exclusivas  ( para ônibus, bicicleta, pedestre), só que continua difícil organizar tudo isso. As obras do metrô vão a passo de tartaruga, assim como os carros nos congestionamentos e as bicicletas tentam ganhar espaço nessa loucura.
O setor de serviços no Brasil continua ruim, o McDonalds continua trash, a Starbucks se proliferou para salvar o nosso momento relax/café, um raio gourmetizador atingiu quase tudo e comer fora está cada vez mais caro. Agora com a crise que tem dinheiro vai para o exterior, fugir dos altos preços, da violência, da falta de perspectiva e dos pobres que vão voltar a viver como pobres e se virar para ter o básico, pagando caro para isso e sem muita perspectiva de futuro.
No cenário internacional tivemos Primavera Árabe, a queda de ditadores, a ascensão do islamismo radical, a crise de refugiados, atentados que chocaram o mundo e as catástrofes naturais não deram trégua, assim como a fome e pobreza na África e as guerras civis espalhadas pelo mundo que matam milhares todos os anos.
Cuba finalmente se abriu e iniciou um diálogo com os EUA, tudo isso intermediado por um papa argentino (primeiro sul-americano a receber tal título) de nome Francisco, que segue a linha popular e carismática de João Paulo II.
O Rio de Janeiro continua lindo e com bala perdida, arrastão na praia, guerra ao tráfico, invasão de favelas e tudo o mais, mas vai receber as Olimpíadas e ainda ninguém sabe o que esperar. Claro que o orçamento estourou, o prazo está apertado, promessas não serão cumpridas e muita gente está insatisfeita, mas a gente já passou isso na Copa e agora estamos aprendendo a lidar com os elefantes brancos. Não que seja novidade, mas uma epidemia dessa espécie a gente não estava acostumado, assim como nos acostumamos com o Aedes Aegypti que a princípio trazia a dengue no verão. A doença virou epidemia o ano todo e se transmutou, chegaram também a chikungunya e a zica, tudo transmitido por um insignificante mosquito que ninguém sabe como combater.
Bom muita coisa aconteceu, é difícil relembrar e resumir tudo. Na medida do possível vou me aprofundando sobre alguns pontos.
E quanto a mim, também mudei e fiz bastante coisas, mas é mais fácil resumir. Concluí a faculdade, comecei a trabalhar para o jornal japonês The Asahi Shimbun onde estou até hoje e participei de muitas coberturas interessantes, como as manifestações, eleições, coberturas políticas e esportivas. Fiz bastante entrevistas legais, conheci muita gente e aprendi várias coisas bacanas. Descobri que eu tinha falha no processamento auditivo, que me levou a um quadro de TDAH, estou em tratamento e isso me levou a descobertas interessantes. Depois de muitas dietas e engordar e emagrecer mil vezes, fui em um nutricionista e estou em processo de reeducação alimentar (não é exatamente fácil, mas é bom e o resultado é real) e esse ano prometo que vou levar o treino na academia mais a sério (se o tempo me permitir). Além da Bia, agora tenho um novo gatinho, o Dudu, que é o meu xodozinho. Ainda não tenho filhos, mas tenho dois afilhados que eu adoro.
E talvez o mais importante, eu me envolvi em um trabalho de pesquisa para o meu TCC com um grupo de sobreviventes da bomba atômica que vivem no Brasil e o trabalhou resultou em um livro. Adeus, Hiroshima - sobreviventes da bomba recomeçam a vida no Brasil, teve um pré-lançamento em setembro do último ano na Livraria Cultura do Bourbon Shopping, em um evento que marcava os 70 anos da bomba e do fim da Segunda Guerra. Agora estou em negociação com uma editora e batalhando para enfrentar a burocracia de se distribuir um livro no Brasil. Ocorrerão mais eventos de divulgação e espero que em breve esteja disponível em todo o Brasil. Vender livro no Brasil não é fácil, mas depois conto mais detalhes sobre isso.
Para mim 2014 foi um ano de muitas conquistas e 2015 vem cheio de projetos. Espero esticar ao máximo meu tempo para poder fazer tudo e não deixar nada pelo caminho. Dessa vez realmente não quero deixar o blog em segundo plano. Quero fazer e agregar cada vez mais coisas. Vou dando notícias. Meu twitter e linkedin estão ativos e finalmente vou me render ao Facebook (não tive escapatória) e em breve estarei  no Instagram também.
Um ótimo 2016 à todos!!!