domingo, 6 de março de 2016

Santos x Corinthians

Confesso que  eu não esperava muita coisa para o jogo de hoje. Primeira fase do Paulistão, valendo nada, com times em início de temporada e o Corinthians pensando em Libertadores. Eu apostaria em um empate. Jogo chato, feio e amarrado. Mas não foi isso que vimos esta tarde na Vila Belmiro, ainda bem.
O Santos forte como sempre em seus domínios entrou em campo para ganhar e quebrar a invencibilidade do Corinthians na temporada e no Paulistão (o time de Parque São Jorge não perdia nenhum jogo do Campeonato Paulista desde 2014. Ano passado foi eliminado pelo Palmeiras nos pênaltis). 
Já o Corinthians parecia que sofria do mesmo mal que aflige o time do São Paulo, falta de vontade. Entrou em campo com meia dúzia de jogadores diferentes dos que enfrentaram o Independiente Santa Fé na quarta-feira, mas isso não justifica a apatia do time, afinal o Timão ainda não pode dizer que tem um time titular. Diferente das outras partidas em que mesmo jogando mal o Corinthians tem conseguido bons resultados, nem que seja nos últimos minutos, o time de hoje não mostrou a mesma vontade. Os números do primeiro tempo foram pífios. Tudo bem que conseguiu a incrível proeza de jogar 46 minutos sem cometer nenhuma falta. Mas da mesma maneira que não cometeu faltas, também não jogou e terminou o primeiro tempo com um mísero chute a gol. Não ofereceu nenhum perigo ao goleiro santista. Se Vanderlei não tivesse entrado para jogar na etapa inicial não faria diferença.
Tite armou o time no 4-2-3-1, com Willians e Bruno Henrique como volantes, Danilo, Lucca e Romero na linha de três e Luciano no comando do ataque. A proposta não era ruim, já que o veloz time do Santos chega ao ataque com diversos jogadores como Lucas Lima, Gabriel, Victor Ferraz, Serginho e na frente tem o artilheiro Ricardo Oliveira. Porém o Corinthians parecia que jogava com o freio de mão puxado. Não tinha compactação na defesa e nem velocidade na transição para o ataque. Luciano não teve nenhuma oportunidade de gol, a bola não chegava e ele teve atuação apagada. Enquanto isso a defesa sofria com as investidas de Lucas Lima e cia. Os dois volantes corintianos não foram capazes de fazer o que Ralf fazia quando jogava contra adversários qualificados tecnicamente. Willians tem força física mas não é o Ralf e o Bruno Henrique não dá nem para comparar. Ele pode ter um bom passe (quando consegue acertar) mas não é capaz de dar segurança para a defesa e perde muitas bolas bobas. 
Em boa troca de passes e sem muita dificuldade o Santos chegou ao primeiro gol. Lucas Lima sem marcação (vejam no vídeo o Bruno Henrique atrasado correndo atrás dele), inverteu a bola da direita para a esquerda (sem ninguém interceptar) que encontrou Serginho também livre que chutou cruzado, Cássio espalmou como pode (não o culpo pela rebatida) e Ricardo Oliveira sozinho no meia da área pegou o rebote e só teve o trabalho de empurrar para as redes. A lambança da defesa foi completa. Yago marcou a bola e esqueceu do experiente goleador, Balbuena nem sabia quem marcar e Fágner correndo sozinho não consegue fazer milagre. Depois do gol o Santos continuou jogando bem e criando chances. O Corinthians continuava sonolento. Geralmente o time paulista quando vai mal no primeiro tempo volta com ajustes para a segunda etapa, promove mudanças e busca a reação. De fato voltou melhor no segundo tempo, Alan Mineiro entrou no lugar de Romero e depois André no de Luciano. Mas faltou aquele ímpeto de outras partidas, de querer buscar o resultado. Danilo foi para a ponta direita, criou boas chances mas a bola cruzada para área não encontrou André. Nas raras ocasiões em que a equipe chegava ao ataque era pelos pés de Lucca, que tem péssima finalização. O Lucca tem ganhado chances no time titular e recebido alguns elogios, mas as vezes passo raiva com ele. Tudo bem que ele desempenha um bom papel tático, corre bastante, ajuda na marcação e tudo, mas no ataque ele é pouco efetivo. Sempre que recebe a bola em profundidade na ponta esquerda, ou ele recua a bola para o lateral, ou ele corta para dentro para tentar cruzar mal ou chutar pessimamente em gol. É um bom jogador para se ter no elenco. Rende bem quando entra no decorrer do jogo, mas para mim como titular não dá. Falta qualidade técnica. 
O jogo no segundo tempo até melhorou, Alan Mineiro que fazia sua estreia hoje não ia mal, até que deu um pelo passe de peito para armar o contra ataque santista, e a bola sobrou para ninguém menos que Ricardo Oliveira que cara a cara com Cássio não perdeu a oportunidade de aumentar o placar.
O Santos jogou melhor e mereceu ganhar. O Corinthians parecia que estava fazendo jogo treino. Jogou mal e como dizem alguns não conseguiu "achar" um gol no final. Mas é o tipo de derrota que é boa, no momento em que não interfere na sequência da temporada. Serve para corrigir erros e mostrar que nem sempre o gol sai na base da paciência e da pressão no final. É preciso criar mais, ser mais efetivo e mais intenso. O que eu achei que seria um jogo morno, foi um bom jogo e serviu para as duas equipes testarem seus elencos.

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