sábado, 29 de maio de 2010

Cannes 2010


Não sei se eu que não estou acompanhado, mas o mais charmoso de todos os festivais de cinema do mundo, está perdendo um pouco o charme. As últimas edições tem sido um pouco apagadas e os principais premiados não tem brilhado tanto mundo afora. Esse ano por exemplo não houve quase produções americanas, focando mais em produções asiáticas, sem empolgar muito. A Palma de Ouro ficou com um filme tailandês, Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives, de Apichatpong Weerasethaku e o grande prêmio do juri ficou com Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois.

O festival foi marcado pelos protestos contra a liberdade de expressão no Irã, Juliette Binoche que ganhou o prêmio de melhor atriz por “Certified Copy”, fez protesto contra a prisão de Jafar Panaíi diretor iraniano preso e impedido de participar do festival. Juliette chegou a derramar lágrimas por Panahí, e levantou um cartaz com o nome dele ao receber o prêmio. Juliette foi premiada pelo filme realizado pelo iraniano Abbas Kiarostami. Talvez esse tenha sido o ponto alto do festival.

No tapete vermelho quem mais se destacou foi foi Iñarritu e Javier Bardem, respectivamente diretor e ator de "Biutiful". Bardem dividiu o prêmio de melhor ator com Elio Germano e o dedicou a sua amada Penélope Cruz.

Presidido por Tim Burton, Cannes esse ano não empolgou nem pelos premios, nem pelo tapete vermelho e muito menos pelo burburinho que cerca o festival. Nem a estréia de Robin Hood empolgou, porque me parece que não há nada de novo e relembra um novo Gladiador com roupagem nova. Será sinais da crise econômica ou de uma possível crise cinematográfica? Em que a arte está perdendo espaço para as grandes produções, e as grandes produções rendendo pouco dinheiro por causa da crise financeira.

Talvez seja novos tempos, que nem o charme do mais glamuroso dos festivais consiga resistir.

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