sábado, 29 de maio de 2010

Porque eu adoro o Tarantino


Esse ano assisti dois filmes de dois grandes diretores, Quentim Trantino e Lars Von Trier. Assisti respectivamente Bastardos Inglórios e Anticristo. Para mim foi pretensão dizer que Anticristo é a obra prima de Von Trier, ele fica aquém de Dogville, sua verdadeira obra prima na minha opinião. Já Tarantino é sem comentários, dispensa apresentações. Quanto mais sangrento e absurdo são seus filmes, melhor. Só ele para mostrar na tela pessoas sendo escalpeladas, sem causar nenhum tipo de asco ou repulsa. O Tarantino consegue fazer das cenas sangrentas as suas melhores, sem fugir do contexto, e ele também não precisa chocar ninguém. Já Lars Von Trier, parece que quis exclusivamente chocar, parece que algumas cenas foram incluídas
especialmente para causar algum tipo de mal estar no telespectador. A história em si funcionaria muito bem sem algumas cenas. O que não acontece nos filmes do Tarantino que por mais que algumas cenas sejam uma carnificina, elas são extremamente essenciais a trama. Em Antricisto muitas vezes parece que ele juntou o Império dos Sentidos com com Jogos Mortais e aí a acontece cenas como do Willem Dafoe ejaculando sangue ou ainda tendo a perna perfurada por uma espécie de broca. Na minha opinião uma das cenas realmente relevante no filme é a da mutilação genital, que cabe perfeitamente no contexto. É um filme que causa tensão e ao contrário de Dogville o desfecho fica a desejar. O que realmente me surpreendeu em Anticristo, é a beleza da cena inicial, essa sim digna de uma obra prima. A fotografia em preto e branco, as cenas em câmera lenta e a música de Haendal tornam a cena algo sublime. Até os detalhes da queda do bebê, apesar de trágico, ficaram belíssimos. Depois disso sinto que o filme se perde um pouco. Não que o filme seja ruim, mas ficou a desejar. Ele se destaca mais por chocar ao invés de encantar, ao contrário de Tarantino que quanto mais nos choca, mais nos fascina. Tarantino é capaz de fazer um enredo improvável, se tornar uma coisa até plausível. Continuo gostando muito de Lars Von Trier, e esperarei ansiosa por seus novos filmes, mas Tarantino está um passo a frente. Ele consegue ser moderno, inteligente, engraçado, sem cair em nenhum clichê e seus filmes falam por si só. Bastardos Inglórios, este sim pode ser considerado uma obra prima. O único filme de Tarantino que faz frente a ele é Pulp Fiction (e sua maravilhosa trilha sonora) . E estes foram sem dúvida os melhores filmes que eu assisti nos últimos tempos. Por isso eu adoro o Tarantino, ele consegue sempre surpreender.

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